Principais Ameaças e Desafios da Floresta Autóctone
A floresta autóctone apresenta algumas ameaças a maioria das quais ligadas com o inadequado uso do território e da floresta. De entre os factores de degradação mais comuns referem-se a exploração desregrada da floresta, a acção destructiva do pastoreio e do fogo. Outros factores ocorrem em situações particulares ligados com a gestão do solo, a conservação da biodiversidade, diversas formas de poluição causadas pelo homem, aproveitamento dos recursos naturais, controlo de diversos impactos, a protecção de habitats de grande interesse natural ou em risco, entre outros.
A floresta autóctone tem sido excessivamente explorada, muitas vezes sem um adequado aproveitamento, rentabilidade e sem considerar a sua integridade, regeneração e perpetuação. Por outro lado, algumas práticas de gestão têm sido também nefastas para o ecossistema e para as diferentes comunidades de seres vivos que dela dependem. Actualmente, muitas áreas de floresta autóctone encontram-se degradadas, oferecendo poucas perspectivas de aproveitamento o que é também dificultado pela estrutura fundiária existente no nosso país em que a propriedade florestal se encontra demasiado fragmentada.
Os cenários apontados pelas alterações climáticas terão também impacto na floresta autóctone, nomeadamente na distribuição das espécies no espaço geográfico, na sua produtividade, na capacidade de providenciar as suas funções, além de riscos relacionados com os fogos e os agentes bióticos.
Outro desafio prende-se com o risco de desertificação que algumas áreas do nosso território enfrentam, o que é potencialmente agravado com o cenário das alterações climáticas particularmente em zonas mais sensíveis. Esta ameaça da desertificação é igualmente resultado de uma inadequada gestão do território e da floresta autóctone que foi realizada no passado.
Actualmente, a gestão florestal deverá considerar as múltiplas funções da floresta autóctone. Além dos diversos produtos, providenciam funções de protecção e conservação dos recursos naturais. Igualmente importante é o incentivo à preservação do ambiente e da boa gestão destes recursos no longo prazo. A silvicultura deverá procurar um melhor aproveitamento e valorização da floresta autóctone contribuindo para uma melhor rentabilidade económica e o cumprimento das suas diversas funções acima indicadas. Tal terá consequências positivas no ambiente, na vida das populações e no desenvolvimento do país como um todo.