A Importância Sócio-Económica
A floresta autóctone providencia diversos produtos lenhosos e não-lenhosos e serviços que contribuem directamente para a economia das zonas rurais e do país. São diversos os produtos que derivam da exploração da floresta. A madeira e a cortiça são dois importantes produtos. A madeira é um recurso renovável e um dos mais importantes materiais de construção. A madeira retém carbono, é biodegradável, permite uma grande variedade de aplicações e requer pouca energia na manufactura. O nosso território possui óptimas condições para o desenvolvimento da floresta autóctone, como são as florestas de carvalho, que produzem madeira de elevada qualidade. A sua beleza, boas propriedades físico-mecânicas e durabilidade natural permitem múltiplas utilizações de valor. A cortiça é também um excelente produto, com características únicas, existindo no nosso país uma importante actividade económica relacionada com a exploração e transformação da cortiça. Actualmente, são diversos os produtos manufacturados provenientes da cortiça. Além das rolhas, a cortiça tem hoje diversas aplicações como sejam aglomerados para pavimentos, em isolamentos e outros usos industriais específicos. Com o sobreiro e a azinheira são estabelecidos montados, que constituem um sistema silvo-pastoril em que se conciliam as árvores com a criação de animais domésticos como ovelhas, porcos, cavalos e gado bovino. Quando bem geridos, podem apresentar uma notável biodiversidade e sustentabilidade, providenciando diversos serviços e produtos.
A floresta autóctone fornece, igualmente, diversos produtos não-lenhosos, como sejam os cogumelos, frutos, plantas aromáticas, medicinais e mel. Por outro lado, proporciona habitat para diversas espécies com interesse cinegético, desempenhando assim um importante papel no desenvolvimento da caça como actividade económica associada.
É, igualmente, relevante na promoção do turismo e de actividades de recreio e de lazer ligadas com a natureza (ecoturismo). Muitas zonas do nosso território incluem-se em áreas protegidas que possuem uma função primordial de conservação e fomento da floresta autóctone, onde o turismo de natureza tem um papel estratégico para o desenvolvimento económico e social das populações aí residentes.